terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

Costurando cidadania

#PraCegoVer: a figura mostra três pessoas com destaque. A sala tem cores predominantes em tons cinzas e tem mais quatro pessoas ao fundo da sala., sem destaque. Das três pessoas da imagem, dois são jovens adolescentes estudantes acompanhados pelo professor. Os dois jovens estudantes aparecem com mais destaque, estão vestidos com camisetas iguais nas cores azul e branca, trata-se do uniforme da escola e o professor está com um paleto preto e camisa branca. O primeiro estudante que aparece de mais perto, está sentado manuseando a máquina de costura, enquanto o outro estudante esta em pé ajudando o colega, enquanto isto o professor observa o trabalho dos dois jovens estudantes.


A prática pedagógica apresentada aos leitores trata-se uma ação elaborada pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI. Na bibliografia consultada a instituição supracitada apresenta ações empreendidas para inclusão de cidadãos, não só com deficiências físicas, mas também aborda a questão da diversidade, da pluralidade de sujeitos presentes na sociedade e que são temas de discussão nos mais variados segmentos sociais.
Um dos casos que é relatado na bibliografia é a inserção profissional de cadeirantes na profissão de costureira industrial. O projeto de profissionalização desenvolveu pesquisas de caráter tecnológico para o desenvolvimento de adaptações nas máquinas de costura industrial, nas quais os mecanismos dos pés pudessem ser todos manuais, possibilitando o manuseio das máquinas.  Tal mecanismo foi produzido com material de baixo para não encarecer o equipamento. O programa de educação profissional do SENAI criou mecanismo para oferecer possibilidades de educação profissional e inserção dos cadeirantes.
Esta prática pode não ser entendida dentro daquilo que estamos acostumados, ou que temos em mente como prática pedagógica, mas faz parte do contexto de inclusão profissional dos Institutos Federais e demais instituições educacionais técnicas e tecnológicas. Cabe a reflexão do quanto estamos acessíveis para oferecer cursos técnicos que proporcione a inclusão destes sujeitos. Além de oferecer oportunidades de formação humana, qual a nossa real condição de ofertar a inclusão profissional dos jovens e adultos no mercado de trabalho.
Bibliografia

Inclusão na Educação Profissional do SENAI / Loni Elisete Manica [et al.]. –Brasília: SENAI/DN, 2011. 185p.

terça-feira, 22 de novembro de 2016

Acessibilidade e Inclusão: diversidade social e o uso de tecnologias como formas de integração

#PraCegoVer: imagem com fundo azul claro, com figuras também na cor azul, de um olho, carrinho de bebe e um idoso. No meio da imagem uma figura em tom de azul mais escuro com um globo representando o planeta, dentro do globo está escrito inclusão e acessibilidade. Ao redor deste globo tem quadro desenhos na cor laranja: o primeiro, a esquerda uma idosa, logo abaixo mulher empurrando um carrinho de bebe; o terceiro desenho a direita um cadeirante, abaixo uma mulher grávida. Logo abaixo do globo terrestre tem cinco desenhos também na cor azul, o primeiro da esquerda para a direita, um idoso, um obeso, um cego, um surdo e um cadeirante.
   
ADDRIANA ADRIANA


           Trabalhar a prática e reflexão educativa passa por múltiplas questões, dentre elas a inclusão e acessibilidade. Acessibilidade de modo mais amplo podemos entender como infraestruturas materiais e recursos tecnológicos pensadas e desenvolvidas para facilitar o acesso não apenas dos indivíduos com deficiência mas para todos os integrantes da sociedade.  É importante destacar que a acessibilidade não é para segregar espaços, separar os indivíduos um dos outros, demarcar lócus de pertencimento, mas são recursos disponíveis para facilitar a vivência, integração e as relações de reciprocidade.
            É interessante frisar que a evolução do conhecimento fomentou o desenvolvimento dos recursos tecnológicos possibilitando e muito acessibilidade da informação, a comunicação em diferentes mídias e linguagens, além das novas formas de relacionamento e integração. As tecnologias idealizadas/desenvolvidas se tornaram recursos facilitadores para mais voz e visibilidade aos portadores de deficiência. Este local de espaço da fala pode ser empregado na caminhada de defesa dos direitos adquiridos como fomentar a discussão sobre novas reivindicações. Os indivíduos deficientes estão fazendo uso dos novos canais de mídias disponíveis para colocar suas reflexões, formar grupos de discussão entre eles e com toda a coletividade. Por meio destes canais é possível saber o que eles pensam, o que querem e como querem com mais rapidez e maior abrangência.
Outro parêntese a feito é sobre a capacidade da sociedade de ao longo dos anos, colocar-se aberta para dialogar sobre a multiplicidade de indivíduos que compõe a coletividade. O entendimento sobre esta diversidade social contribuiu para a inserção de novas teorias educacionais, bem como técnicas de ensino-aprendizagem, criação de espaços públicos de debates, envolvimento dos órgãos de pesquisa e universidades. Tendo o intuito de trabalhar no desenvolvimento de outras ferramentas que possam melhorar a qualidade de vida e inserção de todos.
            Tem-se consciência que a sociedade ainda precisa romper muito barreiras, estigmas, estereótipos, paradigmas com relação as pessoas com deficiência. Um dos objetivos da sociedade é procurar por relações baseadas no respeito as diferenças tendo ciência que a constituição sociedade é baseada na diversidade. Mas não podemos nós furtar de mencionar que várias mudanças foram constatadas desde a década de 60. A pressão dos grupos, das organizações sociais foi importantíssima para iniciar este quadro de mudança.
            Mudar uma visão de mundo, não é uma tarefa fácil, de curto prazo, requer uma luta diária utilizando a educação como uma das suas ferramentas, propiciando o diálogo constante e práticas de inclusão. A acessibilidade é o primeiro passo para caminhar para a inclusão. A inclusão plena se dará quando acontecer de modo espontâneo, principalmente no pensamento dos indivíduos, quando estiver internalizado a ideia que as diferenças existentes são algo intrínseco aos indivíduos e logo na composição da sociedade.

            Para se chegar a este nível de pensamento/ação, a sociedade terá que percorrer um caminho longo. Caminho este nada simples, pois trabalhar e promover mudanças em valores, conceitos ideias muitas vezes tidas como universais são questões bastante complexas que exigem longo prazo. Mas faz parte da trajetória da humanidade trabalhar o relacionamento humano, as questões de inclusão/integração, o que possibilitará a mudança de pensamento e a reflexão sobre o que é ser humano.

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

EDITAL CNPq - APOIO À PESQUISA E À INOVAÇÃO EM CIÊNCIAS HUMANAS, SOCIAIS E SOCIAIS APLICADAS




A presente Chamada tem por objetivo apoiar atividades de pesquisa de excelência, inovadoras e criativas, nos temas elencados nas Linhas de Pesquisa, com foco em Ciências Humanas, Sociais e Sociais Aplicadas. As propostas devem apresentar abordagem multi e interdisciplinar, com vistas a aportar novos conhecimentos sobre os referidos temas e a fornecer contribuições efetivas para solução de problemas nacionais.
ATENÇÃO: O período de inscrição desta chamada foi prorrogado até o dia 23 de Janeiro de 2017.

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Educação e inclusão: Institutos Federais formam treinadores e instrutores de cães-guia

“Darwin me dá segurança, me acompanha em tudo. Ele me dá autonomia, independência e mais qualidade de vida”. Assim a professora gaúcha Olga Solange Herval Souza, que nasceu sem a visão, define o seu cão-guia, um Golden Retriever treinado pelo Instituto Federal Catarinense (IFC) – Campus Camboriú, primeira instituição da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica a implantar um Centro de Formação de Treinadores e Instrutores de Cães-Guia. Em 2015, o Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) – Campus de Alegre foi o segundo a estabelecer uma unidade. Outros cinco centros estão em processo de implantação, cobrindo todas as regiões do País.
Antes de receber o Darwin, em março de 2016, Olga teve por 12 anos um cão treinado pela Guide Dog Foundation for the Blind, instituição sediada em Nova York (EUA) que atua na área desde 1946. Para ela,que recebeu um dos primeiros animais preparados pela Rede Federal, a instrução brasileira transmite especial segurança. “Como o Darwin recebeu uma formação mais próxima da minha realidade, sinto-me melhor e mais segura. Ele está me acompanhando há pouco tempo, ainda estamos em processo de conhecimento mútuo, mas ele me auxilia muito bem”, analisa a professora que mora em Porto Alegre (RS), trabalha longe de casa e, acompanhada do seu cão-guia, desempenha todas as atividades de rotina com qualidade.       
Para a reitora do IFC, Sônia Regina de Souza Fernandes, o exemplo de Olga ilustra, na prática, a importância dos Centros de Treinadores e Instrutores de Cães-Guia, mais uma iniciativa da Rede Federal voltada ao processo de inclusão e disseminação da tecnologia assistiva. “Quando formamos técnicos de excelência capacitados para o treinamento de animais, principalmente, estamos colaborando para o aumento do número de cães-guia em atividade no País e contribuindo para melhorar a qualidade de vida das pessoas que têm limitações visuais”, afirma.
Em caráter piloto, o Campus Camboriú do IFC deu início às atividades em 2012, quando abriu a primeira turma de pós-graduação, em nível de especialização, de Treinador e Instrutor de Cães-Guia, com o objetivo de formar multiplicadores e implantar uma rede de centros em todo o País. A meta de expansão do projeto está sendo alcançada e, agora, além de o IFC estar atendendo a segunda turma de estudantes, os Institutos Federais de Sergipe (São Cristóvão), do Amazonas (Manaus), do Ceará (Limoeiro do Norte), Goiano (Urutaí) e do Sul de Minas Gerais (Muzambinho) vivem o processo de implantação de suas unidades, que serão estruturadas com alojamento, canil, maternidade, clínica veterinária e pista de treinamento.
Até o momento, 16 cães treinados estão atuando, além de outros 71 que estão em socialização e ainda passarão pelo processo de adestramento ofertado pelo IFC e pelo Ifes.
Campus de Alegre do Instituto Federal do Espírito Santo abriu sua primeira turma do curso técnico subsequente em Treinamento e Instrução de Cães-Guia em agosto de 2015, com duração de dois anos. O estudante aprende a formar cães-guia e desenvolve aptidão para viabilizar o processo de união com o deficiente visual. A próxima turma está prevista para 2017, mas, de acordo com a coordenadora do curso, Cláudia Castro de Carvalho Nascimento, a continuidade das ações em todo o Brasil depende do apoio da Secretaria Especial de Direitos Humanos (SDH), atualmente vinculada ao Ministério da Justiça e Cidadania (MJC). “É um projeto que traz grandes benefícios, mas exige investimentos. Damos toda a assistência aos animais: acompanhamento veterinário, alimentação e medicamentos”, destaca.
Cadastro – Para adquirir um animal treinado pelos Institutos Federais é necessário estar inscrito no Cadastro Nacional de Candidatos à Utilização de Cães-Guia da SDH, voltado exclusivamente a pessoas com deficiência visual (cegueira ou baixa visão). A inscrição compõe uma lista de candidatos elegíveis para aquisição nos processos de seleção realizados pelos Centros, por meio de edital.
Números – Dados da Pesquisa Nacional de Saúde 2013, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), indicam que no Brasil existem 7,3 milhões de pessoas com deficiência visual. Dessas, 1,2 milhão possui limitações severas e 95% não têm acesso a nenhum serviço de reabilitação.

Foto 1: Darwin, um dos primeiros treinados pela Rede Federal, é o segundo cão-guia da professora gaúcha Olga Souza – Crédito: Divulgação IFC
Foto 2: Comemoração do Dia Internacional do Cão-Guia, 25 de abril, na Câmara Municipal de Alegre (ES) – Crédito: Divulgação 

domingo, 9 de outubro de 2016

UFSCar sedia Congresso Brasileiro de Educação Especial em novembro

Entre os dias 1° e 4 de novembro, acontece na UFSCar a 7ª edição do Congresso Brasileiro de Educação Especial (CBEE). O evento, marcado pela temática da Educação Especial, pretende estimular a produção científica, divulgar o conhecimento produzido na área e promover o intercâmbio entre pesquisadores, profissionais, pessoas com deficiência ou transtorno global do desenvolvimento ou altas habilidades/superdotação e seus familiares. Além disso, o Congresso, que é realizado pela Associação Brasileira de Educação Especial (ABPEE) em parceria com o Programa de Pós-Graduação em Educação Especial (PPGEEs) da UFSCar, atende à demanda por novas práticas que surgem da política educacional de inclusão escolar adotada no País e acontece junto ao X Encontro Nacional de Pesquisadores da Educação Especial (ENPEE).

Ao longo dos dias, o encontro internacional promove mais de 30 mesas e simpósios, 52 minicursos, atividades culturais, rodas de conversas e lançamentos de livros. A programação inclui temas como “Educação física e inclusão escolar: avanços e retrocessos”, “Inclusão escolar e a organização da prática pedagógica”, “A luta de familiares de crianças com deficiência”, “Desafios da educação bilíngue para surdos”, “Arte, educação e educação especial”, “Neurociências e educação especial”, “Tecnologias aplicadas à educação especial”, dentre outros. Cerca de 80 pesquisadores convidados de todo o Brasil e de outros países – como Itália, Estados Unidos, Inglaterra, França, Espanha e Portugal – estarão presentes no evento, que acontece em diversos locais do Campus São Carlos da UFSCar.

Por ter atingido o número limite de 1.500 inscritos, o Congresso interrompeu a abertura de novas inscrições. Pessoas que realizaram a inscrição mas não a concluíram têm até o dia 10 de outubro para efetuarem o pagamento. Aos que não realizarem a inscrição completa até esta data, o evento liberará vagas remanescentes a partir do dia 11 de outubro pelo site
Mais informações, como programação completa, horários, locais e prazos também podem ser encontradas em http://2016.cbee-ufscar.com.br
Dúvidas podem ser esclarecidas pelo e-mailVIICBEE.secretaria@gmail.com.

Brincadeiras


“A pessoa com deficiência na minha história de vida”.



Quando se fala em pessoas com deficiências, pensando na minha infância, me vem a mente crianças com algum tipo de deficiência mental e estas frequentavam um único tipo de escola a APAE.

Enquanto criança não tive contato com outras com algum tipo deficiência. No colégio, também uma escola técnica pública não havia adolescentes com tais condições. Fui entrar em contato com outros estudantes com algum tipo de deficiência apenas na graduação, o que me causou surpresa quando vi um cego caminhar e frequentar as aulas na faculdade.

A primeira impressão que tenho é que com as conquistas dos marcos legais, as crianças, jovens e adultos com deficiências passaram a mostrar mais a "cara", sair dos muros familiares, para chegar-se ao espaço público.

A conquista dos marcos legais, não significa apenas o direito instituto por meio das legislações, mas traz também a valorização da identidade, o debate sobre a inserção destas pessoas em diversos setores sociais, sejam em instituições educacionais, bem como sua inserção no mundo do trabalho, nos esportes e etc.
Trata-se do empoderamento, da visibilidade nas esferas da vida pública.

Recentemente tive o meu primeiro contato com um servidor com deficiência que foi admitido por meio das cotas no IFSP.

Estes cidadãos juntamente conosco tem um longo caminho a percorrer para uma inserção cada vez mais concreta na sociedade.